Fresno fala sobre 'rejeição' do emo no início da banda: 'A vulnerabilidade não era uma coisa esperada'

  • 29/10/2024
(Foto: Reprodução)
Lucas Silveira e Thiago Guerra foram entrevistados do g1 Ouviu, podcast e videocast do g1. 'Eu vou na terapia para fazer música', brincou Lucas, sobre os temas das músicas da Fresno. Thiago Guerra e Lucas Silveira, da Fresno, são entrevistados no g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo Fábio Tito/g1 Lucas Silveira e Thiago Guerra, da banda Fresno, foram os entrevistados do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta terça-feira (29). Os músicos comentaram sobre a trajetória da Fresno, banda que tem 25 anos de história, e o disco "Eu Nunca Fui Embora". Para eles, a banda está em seu melhor momento. "A gente sentia que não era aquele negócio tipo 'O Brasil inteiro te ama'. Hoje eu sinto muito mais isso", contou Lucas. Para eles, a banda gerou um choque geracional na época de seu surgimento e isso tinha a ver, inclusive, com o público que o emo atraía. "Dentro do rock, o emo foi o movimento foi mais ligado ao movimento LGBTQIA+. Então rolou uma homofobia", refletiu o vocalista, que lembrou também que os "emos" eram hostilizados sobretudo na internet. "Diminuiu bastante porque o mundo não tem mais espaço pra isso", completou Guerra. Saúde mental A Fresno ficou conhecida por músicas melancólicas, que falavam sobre saúde mental, tristeza e outros assuntos "difíceis". Lucas contou que esses tópicos eram "bem tabu" no Brasil, e a banda enfrentou um cenário menos receptivo por isso - uma espécie de "emofobia", brincaram os músicos. "O rock era coisa de autoafirmação, alegre. A vulnerabilidade não era uma coisa esperada naquele momento, de uma banda de rock de homens", disse. O vocalista também refletiu sobre músicas como "Velha História", que falam abertamente sobre suicídio. "Existia, dentro do próprio emo, muita glorificação do suicídio, da automutilação. A gente não glorificava, a gente não colocava um peso nas coisas. E que bom que mesmo dentro de uma coisa super melancólica, a gente procura ter uma saída". Lucas Silveira fala sobre a carreira da Fresno durante entrevista ao vivo no g1 Ouviu, ao lado do baterista Thiago Guerra, no estúdio do g1 em São Paulo Fábio Tito/g1 Maturidade nas composições Os músicos falaram sobre a nova fase da banda, agora que os integrantes estão mais velhos e já têm tempo de estrada. "A gente tá virando [essa banda 'mais velha'], mas eu ainda me sinto um adolescente", brincou Guerra. Lucas falou sobre como as composições também ganharam maturidade à medida em que eles se tornaram adultos. "A vida vai ganhando complexidade. E quando você vê, tá escrevendo sobre como a vida tá difícil. Depois, viraram músicas sobre questionamentos filosóficos. Eu vou na terapia pra fazer música", brincou o vocalista. Ao longo da carreira da Fresno, a banda investiu também em outros caminhos, como a parceria "Camadas" com Chitãozinho & Xororó, lançada neste ano. "Numa reunião, a gente falou vamos chamar alguém para cantar essa música, e como a gente tinha entre a gente que era a música mais country do disco, 'Camadas' tinha isso e tinha o peso lírico de uma música da Fresno. Ai mandei pro Xororó e perguntei se eles queriam gravar com a gente, e ele respondeu: 'Óbvio'", revelou Lucas. Thiago Guerra e Lucas Silveira, da Fresno, são entrevistados pelas jornalistas Juliene Moretti e Carol Prado no g1 Ouviu, no estúdio do g1 em São Paulo Fábio Tito/g1

FONTE: https://g1.globo.com/podcast/g1-ouviu/noticia/2024/10/29/fresno-fala-sobre-rejeicao-do-emo-no-inicio-da-banda-a-vulnerabilidade-nao-era-uma-coisa-esperada.ghtml


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