Lenine ressoa lembranças afetivas descortinadas pela memória na foto familiar de 'Eita', filme 'para se ouvir'

  • 26/11/2025
(Foto: Reprodução)
Lenine em cena do filme 'Eita', média-metragem costurado pelo repertório do primeiro álbum de estúdio do artista em dez anos Malu Freire / Divulgação ♫ ANÁLISE ♬ SÃO PAULO – Ouvidos na voz de Maria Bethânia, os versos de Foto de família – parceria de Lenine com João Cavalcanti que integra a safra de 11 músicas inéditas de Eita, álbum que cai no mundo na sexta-feira, 28 de novembro – são a senha para o entendimento do filme derivado do disco e também intitulado Eita. No filme, apresentado por Lenine com o imersivo som dolby atmos em duas sessões para convidados que lotaram uma das salas do Cine Marquise em São Paulo (SP) na noite de ontem, 25 de novembro, o artista expõe na tela uma sequência de clipes que formam mosaico de imagens afetivas, ressoando boas lembranças descortinadas pela memória. Essa foto da família biológica e afetiva construída na trajetória da vida e da música é a matéria-prima de Eita, primeiro álbum gravado em estúdio por Lenine com repertório inédito em dez anos. Se o álbum Eita é um disco 'para se ver', o média-metragem Eita – dirigido por Lenine com Kabé Pinheiro e Laís Branco, com roteiro de George Moura e João Moura – é um filme 'para se ouvir'. "Eita é um documento da minha intimidade", conceituou Lenine na breve apresentação feita antes da exibição do filme produzido pelas empresas Casa 9 e Mameluco Produções sob direção artística do engenheiro de som Bruno Giorgi, produtor musical do álbum Eita. Quem toca a Mameluco é a diretora e produtora Anna Maria Giorgi Barroso, ou Anna Barroso, como é conhecida no meio musical a companheira de Oswaldo Lenine Macedo Pimentel. Na foto de família que espoca na tela do filme Eita, Anna protagoniza com Lenine um dos flashes mais sensíveis do média-metragem. É quando, sentada em cadeira alocada em espaço povoado por memorabilias, diante de Lenine, Anna ouve com emoção interiorizada (mas perceptível nos olhos, janela da alma) o parceiro se derramar em afeto ao dar voz aos versos apaixonados de Meu xamêgo, canção que Lenine compôs sozinho e que dedica a Anna na safra inédita do álbum Eita. A exposição pública do elo e do afeto conjugal é carregada de sentidos adicionais para quem sabe que, nos longos anos em que Lenine lutou por um lugar ao sol para construir o universo musical reiterado no álbum Eita, Anna bancou o pão com o rendimento do próprio trabalho para que o companheiro continuasse alimentando o sonho que somente começou a se concretizar a partir da década de 1990. Álbum e filme Eita costuram e exaltam as referências pessoais e profissionais de Lenine, pernambucano que dedica a música-título Eita à nação nordestina que o pariu e o preparou para cair na vida com som cosmopolita que jamais deixou de estar fincado no fértil solo musical nordestino em que brotaram Dominguinhos (1941 – 2013), Hermeto Pascoal (1936 – 2025), Letieres Leite (1959 – 2021) e Naná Vasconcelos (1944 – 2016), ícones celebrados no disco. É do Recife (PE), cidade fundamental da nação, que parte o filme Eita com a exibição do clipe de Confia em mim, canção de Lenine e Dudu Falcão. Lenine gira pelos contornos da Praça da República em rota que, em outros números musicais, passa por Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), mas que volta para o Recife (PE) na tradução visual da música Boi Xambá (Lenine), gravada com o grupo Bongar nos estúdio pernambucanos Fábrica e Música Troncha. Se a música Foto de família é dedicada por Lenine à mãe Daisy Pimentel (falecida em janeiro de 2017, aos 91 anos), de cujo ventre o artista saiu para o mundo em 2 de fevereiro de 1959 na capital de Pernambuco, Aos domingos (Lenine) vem com dedicatória ao pai, José Geraldo, falecido em julho de 2015 aos 93 anos. Daisy e José Geraldo simbolizam as raízes da árvore genealógica que vem gerando frutos como os netos de Lenine, também vistos no filme. Entre uma e outra dedicatória familiar, o filme segue o Rumo do fogo (Lenine e Lula Queiroga) com preocupações ambientalistas na música gravada com a adesão vocal de Maria Gadú e dedicada aos ativistas e líderes indígenas Davi Kopenawa e Ailton Krenak. Enfim, o filme Eita retrata afetos em moldura visual requintada que traduz o som do álbum que lhe deu origem. No filme, assim como no disco, Lenine continua bem na foto. ♫ O colunista do g1 viajou a São Paulo (SP) a convite da produção de Lenine. Lenine celebra ícones da música nordestina, como Dominguinhos (1941 – 2013), no álbum e no média-metragem 'Eita' Malu Freire / Divulgação Maria Bethânia faz feat com Lenine na música 'Foto de família', parceria do artista com o filho João Cavalcanti Malu Freire / Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/11/26/lenine-ressoa-lembrancas-afetivas-descortinadas-pela-memoria-na-foto-familiar-de-eita-filme-para-se-ouvir.ghtml


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